Após o Mundial de Jiu-Jitsu da IBJJF, com a adesão da Agência Antidoping Americana (USADA), é comum identificar campeões que acabam se afastando dos torneios na temporada seguinte, e Micael Galvão foi um deles. O fenômeno de Manaus foi flagrado no exame do órgão regulador, após a conquista do título peso leve na edição de 2022. O anabolizante em questão foi o clomifeno, substância proibida pela USADA que aumenta a produção de testosterona no organismo. Mas os detalhes da situação vão além da suspensão do atleta. Confira nas linhas abaixo a análise do caso.
Após o exame da USADA ser realizado nos campeões do Mundial, todos os que entram em suspeita são instruídos a não comentar o caso, e se afastarem momentaneamente dos torneios. Começa então a fase de estudo e apelação para os fatos. No caso de Mica, o pai e professor do atleta, Melqui Galvão, trouxe à tona o motivo para o uso da substância, em sua versão divulgada nas redes sociais:
“Apesar de provar que não tomamos nenhum anabolizante, e que não fazemos nada que não tenha sido prescrito por um profissional, a USADA nos deu uma retrospectiva de um ano de junho passado. Segundo o código da USADA, o atleta será sempre responsável pelo que ingere, independentemente do que um médico receitou. Tive reuniões com a USADA durante 8 meses.”
Como descrito, Melqui levou ao conhecimento da USADA que tal substância foi receitada por um profissional. Por mais que a agência entenda que o uso tenha sido indicado por terceiros, o atleta segue com a punição.
Além de perder o título mundial, Mica ficará afastado das competições por um ano, retroativo à data do exame antidoping, realizado em junho do ano passado. Após o Mundial de 2023, Mica estará liberado para voltar aos tatames da IBJJF.
Outros casos similares ao de Mica tiveram penas mais severas, como o caso de Tayane Porfírio, que foi suspensa por quatro anos. Sem os documentos necessários para provar sua inocência no caso do doping, o gancho foi maior. Casos como os de Felipe Preguiça e Kaynan Duarte, respaldados por documentos médicos, foram também pegos no doping, mas com penas de um ano, assim como o caso de Mica.
O jovem Micael se desculpou nas redes sociais pelo ocorrido:
“Quero explicar a minha versão agora. O meu médico usou uma substância proibida pela USADA no meu tratamento. Eu e meu pai sempre tentamos nos aproximar dos melhores profissionais para auxiliar minha carreira. Infelizmente, esse erro aconteceu e eu assumo. Me direcionado aos meus fãs, pessoas que admiram o meu trabalho e minha carreira desde novo: minhas mais sinceras desculpas, também estou chateado com esta situação. Vou começar do zero novamente, nunca foi fácil e nem vai ser. Lutei muito para chegar onde estou. Não me importo de refazer o caminho até o topo. Minha jornada não acaba aqui, ela apenas começou.” Mica segue com compromissos marcados no BJJStars, no dia 21 de abril, e já revelou a intenção de disputar o ranking da AJP, tendo vencido inclusive no Abu Dhabi Grand Slam de Londres, no mês de março.
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